O CASTIGO VEM A CAVALO
A questão proposta inicialmente referia-se a não aceitação de alguns de que o fracasso do Vitória naquele jogo do Pará tenha sido por conta exclusiva da arbitragem. Já se supunha aí um “encobertamento” da fragilidade do Vitória quanto Equipe compatível para uma competição desse nível.
Acredito que não haja exatamente um motivo ou culpa como normalmente se atribui por ocasião dos fracassos. São vários os fatores. Na Série C, independente da grandeza do Clube em relação aos adversários, existe um nivelamento natural muito grande, às vezes por conta do excesso de força empregado nas partidas, isso por si e mais as condições dos campos de jogo, quase sempre muito ruins, mais a má qualidade da arbitragem culmina quase sempre com o favorecimento para o nivelamento dos times, em assim sendo, os Clubes de massa (Bahia, Vitória) sofre mais pressão do que os outros que são francos atiradores. É comum ouvir declarações de jogadores dizendo ser aquela a oportunidade da vida dele, daí a superação frente aos profissionais de mercado.
Ademais, o E.C. Vitória, referenciou-se muito no Campeonato baiano, quando focou o trabalho no possível provável pentacampeonato baiano, que não veio por conta do fracasso frente ao Colo-Colo. Acrescente a isso o seu Diretor de Futebol, trabalhar quase sempre com o retrovisor no Bahia. Se deu mal... No Campeonato Baiano, o Bahia, experimentava (fazia laboratório) jogadores com a falsa ilusão de encontrar atletas bons e baratos.
Todos esses erros sucessivos e ainda mais alimentados pela Imprensa que entendia e anunciava o Vitória como time pronto pra Série C, muito mais para afrontar e pressionar o Bahia em constante litígio com a imprensa, do que como fato verdadeiro. Sinval mordeu a isca quando, lembro muito bem, do tão propalado termo "bola nas costas" criado por Silvio Mendes, da Rádio Sociedade e que outras emissoras de rádio também alimentava, termo esse atribuído a suposto sucessos de contratações do Vitória de jogadores possivelmente do interesse do Bahia, foram por exemplo, Mendes, Apodí, Narciso, Sandro do Colo Colo e até o Técnico Ferreira que estava no compasso de definição após a saída de Mauro Fernandes e por último Preto, sem falar das tentativas sem sucessos no caso de Pereira, Josemar e bem recentemente também tentou atravessar as negociações com o jogador Rodriguinho. Sinval Vieira seguindo nessa prática marketeira, como bom discípulo do seu ex-presidente Paulo Carneiro, deu no que deu, um time a rigor “limitadíssimo”, que já poderia ter saído desde a 1ª Fase, quando no sufoco do último jogo teve que vencer e ainda depender de outros resultados. Na 2ª Fase, novamente teve que vencer duas partidas perigosíssima fora do Barradão sob risco de ficar novamente de fora. Agora nesta 3ª Fase novamente o mesmo sufoco se apresenta, seguindo a mesma trajetória das fases anteriores, que embora tenha se classificado sempre como 1º de sua Chave, mas sempre correndo atrás do prejuízo, só atropelando no final sob muita pressão, quando ninguém mais acreditava. Quiçá dessa vez consiga novamente.
Agora, falando um pouco do Bahia, minha especialidade preferida, se o Mauro Fernandes permanece também já tínhamos dançado. Não que Charles Fabian seja o melhor Técnico do mundo, mas fez dessa oportunidade a sua tábua de salvação, apegou-se a ela de unhas e dentes, passou isso pros jogadores, que embora com salários sempre atrasados se agruparam, em torno do mesmo objetivo, sabe eles que se fracassarem o mercado se fecha ainda mais, e eles, os jogadores, terminarão prejudicando-se definitivamente, eis a diferença.
Charles embora seja jovem, aprendeu na escola do velho Evaristo, foi barrado muitas vezes pelo Mestre até que aprendeu a lição, se impôs a um grupo formado por outro Técnico que não ele e pra isso é preciso conhecer bem do “mitier”.
Que fique a lição pra próxima oportunidade em 2007, pois esta parece muito difícil pro Vitória, time grande quando nessas situações, tem que fazer laboratório sim, contratar carretas de jogadores sim, até encontrar o Time ideal ou quase ideal, como fez o Grêmio, o Fluminense do Rio, o Palmeiras e até o Santa Cruz de Recife, seleciona-los pelo perfil e identificação com a competição e principalmente acabar com essa velha ilusão de tentar enfraquecer o (adversário) co-irmão, criando situações desconfortáveis entre Diretorias, sempre que isso acontece o castigo vem a cavalo. É preciso mais profissionalismo e nisso tanto Bahia quanto Vitória deixa muito a desejar. O Vitória mudou a Diretoria, mais a prática ainda é o modelo Paulo Carneiro, menos eficiente.
Rui Carvalho
Lauro de Freitas
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